Registros do ato em solidariedade e por vingança à morte de Francisco Martinez e todos os mortos pela polícia! Em frente ao Consulado do Chile, bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre. Tarde de sexta (dia 12).

Francisco era um malabarista que foi morto na última sexta (5), com cinco tiros a queima roupa pela polícia chilena, os caribeneiros, nas ruas de Panguipulli, região Mapuche no Chile. Durante o final de semana passado, diversos atos colocaram em chamas as ruas do Chile dizendo chega para a violência dos caribeneiros. A Prefeitura de Panguipulli, a delegacia e o prédio do Tribunal de Justiça foram incendiados.

A polícia chilena, assim como todas as instituições policiais do mundo, são responsáveis por inúmeros assassinatos, desaparecimentos, abusos, mutilações e olhos arrancados, cometem todo tipo de violência em nome da manutenção da ordem, afim de proteger sistematicamente os mais ricos, reprimindo, encarcerando e assassinando os mais pobres.

No Chile, os carabineiros, em um ano de repressão a protestos (outubro de 2019 a outubro de 2020), causaram lesões oculares em mais de 460 pessoas. Cegar como tática. A Polícia Militar brasileira é que mais mata no mundo. Também a que mais morre.

É essencial discutirmos a abolição da Polícia Militar para pensar a libertação dos povos do sul do mundo. Para além da violência histórica colonial desta instituição, no Brasil, as polícias são a base do Bolsonarismo.  Por aqui, o Congresso se prepara para votar dois projetos de Lei orgânicas das polícias militar e civis. As propostas transferem grande parte do poder de mando sobre a polícia das mãos dos governadores para União. Ou seja, as polícias serviriam como milícias de Bolsonaro.

É urgente que tragamos para o debate público a pauta da abolição da polícia, suas formas de financiamento e o modo como essa instituição historicamente garante a ocupação dos territórios e os genocídios.

O ato de hoje fez parte da “Semana de agitação contra repressão policial e o Gatilho Fácil”, de dia 8 ao dia 15 de fevereiro.

Porto Alegre, bairro Moinhos de Vento.

📸 Alass Derivas

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