Na trilha e no ritmo da Kalunga

Na trilha e no ritmo da Kalunga

Textos e fotos Alass Derivas

Na noite de sábado (8), na festa de lançamento do primeiro álbum da banda Kalunga, o AfroSul Odomodê, foi mais um vez ponto de encontro, de festejo e de resistência do povo negro. O CD “Na Trilha e no Ritmo do Negro” traz dez músicas — compostas pelo vocalista Mestre Telmo Flores e parcerias — que exaltam a negritude e o espírito quilombola. Que mostram porque é belo e não é mole ser negão. Além destas, duas novas composições foram apresentadas ao público: “Ogum Bera Mar” e “A luta continua”.

No pátio do Odomodê, uma banquinha distribuiu as recompensas para quem apoiou o financiamento coletivo da Kalunga. O CD estava à venda por dez reais. O álbum ainda não está disponível online. A imagem a cima é uma reprodução da capa do CD, ilustração de Bruno Ortiz. Abaixo, as informações de quem se envolveu na feitura do disco.

Na frente do palco, a faixa da Organização de Libertação do Povo Negro (OLPN) exige “Reparação já”. “Eu tô pronto”, diz Mestre Telmo, no começo de cada música, chamando a banda. E ela vem! “Sou Kalunga, quilombola, negão”. Telmo bate no peito na música Kalunga, que abriu o show: “Eu sou, eu sou”. Agradecia frequentemente pela noite e pela trajetória da banda e saudava quem reconhecia na pista. Escutou a Fabiana Souza cantar a música “Na Rua”, homenagem aos peregrinos, à população em situação de rua; acompanhou o rap da Luany Barros, que fala do negro fujão nos dias atuais; e cantou junto com a Karitha Soares em Seu Sete e com o Dener em Subo Morro.

O Mestre Telmo concedeu semana passada uma entrevista para o site Nonada. Confira AQUI.

A banda estava composta por Luany Barros, Karitha Soares, Letícia Mendes, Fabiana Souza e Telmo Flores nos vocais, Matheus Flores e Márcio Prestes, nas guitarras, Leonardo Pradella, no baixo, Domício Grillo, Cleoson da Silva e Jeférson Mendes na percussão, Rafael Ferreira, na bateria, David Cunha no Violão, do Nego Dener na percussão e no vocal. As participações ficaram por conta de Rita Rosa na dança, Gabriel Luzzi e Santana, nos trompetes, de Edu Nascimento no tambor de Sopapo e das cantoras Helen Pinheiro, Sabrina Schneider e Cibele Blanco.

Foi noite de lançamento do vídeoclipe da música “Kalunga”, gravado e produzido pelo Coletivo Catarse, durante apresentação da banda na festa em comemoração aos oito anos de titulação do Quilombo da Família Silva, dia 25 de setembro. No vídeo, a presença de diversas lideranças negras e indígenas. Assista:

Como abertura da noite, duas apresentações. La Digna Rabia, com a bandeira da Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) estendida entre dois pedestais, camisas verdes floridas. Foi o repeteco da dobradinha com a Kalunga, que tocou no lançamento do álbum “Conjunto Musical La Digna Rabia y el Increíble Baile Calavera”, no Galpão do IBGE, em 16 de agosto (confira fotos desta noite AQUI).

Negra Jaque entrou chamando as mulheres para a frente do palco, para acompanhar seu show mais de perto, e deu o recado para elas, através do rap e dos papos entre uma música e outra.

Confira mais fotos da noite:

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