Trabalhadores do CRAs exigem pagamento de salários pela empresa Lazari (05-11-2020)

Trabalhadores do CRAs exigem pagamento de salários pela empresa Lazari (05-11-2020)

Textos e fotos Alass Derivas

Na manhã desta quinta, cerca de 40 entrevistadoras dos Centros de Referência de Assistências Social (Cras) de Porto Alegre protestaram em frente à Fundação de Assistência Social (FASC) e da Prefeitura de Porto Alegre. Reivindicam o pagamento dos seus salários, por parte da contratante, a empresa Lazari Apoio Educacional LTDA, terceirizada da FASC e da Prefeitura. Há meses atrasando salários, em outubro a Lazari simplesmente sumiu. Não se sabe como será o recebimento dos encargos no começo de novembro e nem a sequência do contrato com a Prefeitura.

Em edição extra do Diário Oficial do Executivo de Porto Alegre do dia 04 de novembro, a presidente da FASC, Vera Ponzio, notificou a Lazari, dando cinco dias para a empresa se manifestar sobre diversos fatos que estão sendo apurados, entre eles: o não carregamento do cartão TRI (vale transporte), o atraso frequente da folha de pagamento, o não retorno do contato. Na notificação, Vera Ponzio ainda assinala que no 15 de setembro e 13 de outubro, funcionários da terceirizada já se manifestaram em frente à FASC cobrando medidas em relação à empresa. O que mostra que a situação não é nova.

Segundo uma entrevistadora do CRAS, que prefere não se identificar, não é possível contato com a empresa. “A Lazari chega a pagar nossos salário com 15 dias de atraso, não pagando as férias dos trabalhadores, passagem, acertos de demissões, entre tantas outras problemáticas. Contudo, nas últimas semanas a situação só se agravou – chegando ao ponto de funcionários se deslocarem até a sede no município de Montenegro em mais de uma oportunidade e encontrar tudo fechado, os telefones não sendo mais atendidos, e-mails não respondidos”.

Em 2017, a Lazari LTDA já foi matéria de jornal (Zero Hora, Sul21) pelo mesmo problema juntos aos CRAs da cidade, o atraso de salário. O portal Repórter Popular reúne diversas matérias sobre ilegalidades desta empresa em outros municípios da região metropolitana de Porto Alegre. No Google, o nome da Lazari LTDA acumula reclamações referentes a questões trabalhistas.

Após fechar parte da avenida Ipiranga, as manifestantes foram recebidas – na calçada – por Tiago Córdova, Assessor Técnico – Jurídico da FASC, e por Ricardo Nicolaiewsky, Coordenador Administrativo da FASC. Fizeram esclarecimentos técnicos, mas nitidamente sem nenhuma boa vontade em auxiliar a resolver a questão. A conversa na íntegra fosse confere no vídeo abaixo, transmitido ao vivo.


Insatisfeitas com a conversa com os servidores da FASC, as manifestantes tentaram sem sucesso uma reunião com a Presidenta da instituição, Vera Ponzio. A recepcionista deu a negativa dizendo que Vera se encontrava em uma palestra e também não possuía agenda no dia seguinte.

Os entrevistadores do CRAs são responsáveis por serviços de cadastramento e atualização do Cadastro Único, que permite acesso a programas sociais do governo federal, dentre os quais o Bolsa Família. São 70 funcionários sem salários, a maioria mulheres. A contradição: pessoas que são responsáveis por distribuição de cestas básicas para a população não tem acesso a cestas básicas para alimentar suas famílias. Muitas não puderam estar presentes na manifestação pois não possuíam vale-transporte para se deslocar.

Após a manifestação em frente a FASC, as funcionárias do CRAs caminharam até o Paço Municipal para cobrar uma providência do Prefeito Nelson Marchezan Jr.
O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre se comprometeu em providenciar uma reunião com o Ministério Público do Trabalho.
No começo da semana que vem, quando estoura o tempo dado pela FASC na notificação à Lazari e quando as servidoras deveriam receber os salários, acontecerá uma nova manifestação.

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