Os ataques seguem aos Mbya Guaranis da Ponta do Arado
Texto e foto Alass Derivas Publicado no Amigos da Terra Brasil No dia 15 de setembro,os guaranis mbya da retomada da Ponta do Arado sofreram um novo a ataque por parte dos seguranças da Arado Empreendimentos. É o segundo ataque a tiros do ano. É mais uma ação que compõe, desde o começo da retomada, um cenário de ameaças, vigilância e terror psicológico para cima dos indígenas. https://www.youtube.com/watch?v=qkJjfmMnNFA Na tarde do domingo (15), Cacique Timóteo Oliveira atravessou o Lago Guaíba com parte da família para participar de uma roda de conversa com outros parentes mbya guaranis e apoiadores na praia de Copabacana, Bairro Belém Novo, Porto Alegre. Na retomada, ficaram o companheiro de lutas Basílio, sua família e outras crianças. A poucos metros, estavam os seguranças privados que prestam serviços para a Arado Empreendimentos, que disputa judicialmente o território com…
O ganha-ganha por trás das queimadas da Amazônia [parte 2]
Quanto valem a preservação e as falsas soluções do capitalismo “verde”, e quem compensa as compensações? Árvore sendo atingida pelo fogo à beira da BR-367, entre Rio Branco e Bujari. Foto Alass Derivas Já leu a primeira parte da matéria? Aqui ó: como o agronegócio e o mercado financeiro lucram com a devastação da maior floresta tropical do mundo. Se não bastasse as ofensivas diretas à mata e aos povos, é preciso estar atento às medidas que se apresentam como soluções ambientais à Amazônia. É possível que elas sejam mais uma expressão do capitalismo e da exploração da floresta. Para o integrante do Conselho Missionário Indigenista e pesquisador da Financeirização da Natureza, Lindomar Padilha, o fogo que arde na Amazônia configura uma lógica de “ganha-ganha” para quem especula os territórios. Para Lindomar, se ao fazer a queimada, os agentes do agronegócio…
O ganha-ganha por trás das queimadas da Amazônia
Como o agronegócio e o mercado financeiro lucram com a devastação da maior floresta tropical do mundo Texto, fotos e vídeos: Alass Derivas Publicado no Amigos da Terra Brasil Com os pés sobre a cinza do que antes era floresta, o Pajé Isaka Huni Kuin expressa sua tristeza. “Eles não sabem a medicina que tem dentro da mata. Pensam que não serve, que é floresta só, mas tem muito valor. Dela tiramos a madeira de lei que a gente constrói a nossa casa. Quando algum filho fica doente, eu já sei como vou tratar, sei qual medicina devo buscar. É a nossa farmácia viva. Se acabar com a floresta, a riqueza que eu tenho conhecimento se acaba, por isso que é triste para mim todo esse fogo”. Pajé Isaka perdeu toda sua farmácia viva. Foto Alass Derivas Dia 22 de…
Brasília do colarinho branco foi colorida de Jenipapo e Urucum
Fotos e texto Alass Derivas Publicado no Nonada – Jornalismo Travessia “Como é que esse governo vai fazer, como é que a ciência vai fazer, como é que o capitalismo vai fazer o dia que acabarem todas as árvores do planeta? Por que o dia que acabarem todas as árvores, nós queremos saber, onde é que vai escrever essa caneta? Nós mulheres indígenas continuamos aprendendo muito mais com a árvore viva do que com o papel morto”. Esta é a fala de Célia Xakriabá, uma das milhares de mulheres que marcharam pelas ruas de Brasília dia 13 de agosto na I Marcha das Mulheres Indígenas. Mais de 2500 mulheres de 130 povos de todas regiões do país reunidas com o foco no tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”. Foto Alass Derivas Nesta segunda, dia 19, o estado do Amazonas decreta…
As megaempresas e os interesses que atravessam a reintegração de posse do Quilombo do Lemos
Publicado originalmente no Sul 21 Potente a matéria da Débora Fogliatto no Sul21 em cima das declarações racistas do Presidente do Asilo Padre Cacique. Absurdo o que fala Edson Brozoza. Na matéria, ele diz que o dinheiro oriundo do aluguel de 33 imóveis que o Asilo possui não é suficiente para sustentar o local. Nós, como Revista Bastião, temos que prestar contas por acreditar na transparência financeira; por que não exigimos isso de uma instituição como o Asilo Padre Cacique? Quais são os interesses no terreno em frente à Orla do Guaíba? A área mais perto do Gasômetro foi recém reformada, e agora tem a administração da manutenção feito pela empresa estadunidense Uber. Ali perto está o Anfiteatro Por do Sol, um dos principais espaços públicos pensados, um palco enorme, a céu aberto, na beira do rio, em que a…