A Frente Quilombola, representantes do Quilombo Kédi e apoiadores se reuniram na Defensoria Pública do Estado do RS na manhã desta quinta (7), em Porto Alegre, e formalizaram uma denúncia junto à corregedoria do órgão.
A ação pede a investigação de conduta de Defensor (a) Público (a) e de suposto uso das estruturas da Defensoria para negociações de venda de casas e transferência de posse de terrenos, o que beneficia o Grupo Zaffari (interessado na área e que está pagando pelas casas) e ataca diretamente a luta do Quilombo Kédi pelo reconhecimento e titulação. A denúncia está sendo analisada e uma sindicância pode ser aberta.
Na manhã da segunda (13 de nov), uma empresa terceirizada contrata pelo Zaffari demoliu duas casas e meia no Quilombo. A ação se deu após assinatura do contrato de venda entre moradores e Zaffari dias antes, supostamente mediado pela Defensoria, como indica a denúncia.
A comunidade se mobilizou e conseguiu impedir a sequência da demolição.
Desde então, Quilombo Kédi segue em vigília.
Uma liminar judicial publicada dia 27 proíbe atos coercitivos contra a comunidade e demolição de edificação na área do quilombo.
No entanto, as negociações individuais seguem, com
cooptações, divisão e assédio por parte do Zaffari em conluio com a Prefeitura de Porto Alegre, também envolvida no caso.
O clima é tenso.
Lideranças e apoiadores reconhecem que correm risco de vida.
Para o advogado Onir Araujo, da Frente Quilombola, estão em disputa projetos de cidades. “Se a Kédi perde, todos nós vamos perder. Especialmente as gerações mais novas. É um apartheid que está acontecendo. Para todo lado é obra da Melnick, Cyrela, Maiojama. Retomada Gãh Ré (Morro Santana), Retomada Yjerê (Belém Velho), Quilombo Lemos são focos de resistência e estão passando por ataques muito parecidos. É preciso mobilização”.
Nesta sexta (8), às 17h, acontece uma plenária no Quilombo Kédi.
A última imagem, meramente ilustrativa ou não, expõe a promoção de natal do Shopping Bourbon (Grupo Zaffari). O maior prêmio é um apartamento da Melnick Evens. Em quais dos terrenos usurpados pela cidade será ofertado o AP?
📸🗒️ Alass Derivas | @derivajornalismo
Porto Alegre
7 de dezembro de 2023
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